Síndrome do Pânico
sexta-feira agosto 1, 2008
Pode acontecer em qualquer lugar, a qualquer momento. Quando você está só, acompanhado, em casa, em público, até mesmo durante seu sono. De repente, sem qualquer motivo aparente, o coração dispara, o rosto se avermelha e o fôlego fica curto. Vertigens e náuseas podem completar o quadro, dando a impressão de que você irá morrer no próximo segundo.
Se você já experimentou estes sintomas, então sabe o que significa um ataque de Pânico. Não raramente, as pessoas afetadas terminam procurando atendimento médico em um pronto socorro, acreditando estar sofrendo um ataque cardíaco.
Os ataques de pânico são mais comuns em mulheres e algumas pessoas são afetadas com tal freqüência que o problema recebe o nome de Síndrome do Pânico.
Antigamente, estas crises eram rotuladas (erroneamente) de crises de nervos ou estresse, mas agora são reconhecidas como uma doença potencialmente incapacitante – porém tratável.
Quais são os sinais e sintomas da Síndrome do Pânico?
Os ataques de pânico se caracterizam por um início súbito. Os sintomas costumam atingir seu ponto máximo após 10 minutos e duram cerca de meia hora, mas este padrão pode variar. Algumas pessoas apresentam crises que duram várias horas ou até mesmo o dia inteiro. Após a crise, a pessoa se sente fadigada e exaurida.
Os sinais e sintomas mais comuns durante um ataque incluem: aceleração dos batimentos cardíacos, suor profuso, tremores, falta de ar com respiração rápida, calafrios, vermelhidão pelo corpo, náuseas, cólicas abdominais, dor torácica, dor de cabeça, vertigens, desmaio, sensação de aperto na garganta, dificuldade para deglutir, e sensação de morte iminente.
É importante lembrar que vários outros problemas de saúde, tais como o Infarto Agudo do Miocárdio e o Hipertireoidismo, podem causar manifestações semelhantes.
As pessoas afetadas pela Síndrome do Pânico quase sempre apresentam outros problemas de ordem mental, incluindo depressão, distúrbios da ansiedade, insônia e fobias.
Os especialistas ainda não estão certos sobre o quê causa os ataques de pânico. Fatores hereditários, bioquímicos e ambientais podem ter uma parte na gênese do problema. Os casos de Síndrome do Pânico são mais comuns em pessoas de uma mesma família.
Quando procurar auxílio médico?
A síndrome pode interferir profundamente na qualidade de vida da pessoa afetada. Por isso, ao menor sinal de suspeita, procure atendimento médico.
Como o problema é diagnosticado?
O médico irá pedir para você descrever as manifestações do que vem sentindo, a freqüência das crises e em que situações elas costumam ocorrer. O exame médico minucioso é o primeiro passo para determinar se as crises são causadas por problemas orgânicos, como alterações cardíacas ou na glândula tireóide.
Se você não apresentar qualquer outro problema de saúde subjacente, o médico poderá fazer o diagnóstico de Síndrome do Pânico com base nos sinais e sintomas e em sua freqüência.
A Síndrome do Pânico pode ser incapacitante e devastadora. O temor de novas crises pode levar a pessoa a evitar qualquer tipo de risco, isolando-se de tudo e de todos, com \\\”medo de ter medo\\\”.
Em crianças, os ataques de pânico podem interferir com o desenvolvimento social e escolar normal.
A Síndrome do Pânico também aumenta o risco para depressão, suicídio, alcoolismo e uso de drogas ilícitas.
O tratamento da Síndrome do Pânico é bastante eficaz, produzindo bons resultados na maioria das pessoas tratadas. As medicações mais utilizadas incluem Antidepressivos (p.ex.: sertralina, paroxetina ou fluoxetina) e remédios contra ansiedade, chamados Ansiolíticos (p.ex.: clonazepam, alprazolam, etc).
Infelizmente, a eficácia destes remédios varia de uma pessoa para outra e alguns deles podem causar dependência. Por estes e outros motivos, os remédios para Síndrome do Pânico jamais devem ser tomados ou interrompidos por conta própria.
A Terapia Cognitivo-Comportamental é outro recurso eficaz para controlar as manifestações da síndrome. Este tratamento, aplicado por um psiquiatra ou psicólogo, consiste em reconhecer os primeiros sinais de um ataque e utilizar técnicas de respiração e relaxamento para combater estes sintomas. O tratamento associando remédios e terapia cognitivo-comportamental produz excelentes resultados.
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