Nódulo no Pulmão
segunda-feira abril 28, 2008
Você não sente nada, vai ao médico para fazer um check-up de rotina e entre outros exames ele pede uma radiografia do tórax. Como acontece freqüentemente você assim que recebe os exames lê os laudos.
O laudo da radiografia de tórax não é muito fácil de entender. Entre várias palavras incompreensíveis como mediastino, área cardíaca, seio costo-frênico, ou “normal” e “sem alterações”, você lê “presença de nódulo pulmonar…”, o que o deixa muito preocupado. Que doença é essa? É grave? Urgente? É câncer? Contagioso? O retorno com seu médico está marcado para a próxima semana. O que fazer? Voltar ao laboratório e perguntar ao radiologista? Procurar logo antecipar a consulta? Procurar outro médico? Perguntar para seu amigo? Pesquisar na Internet?
O que é um nódulo pulmonar?
Nódulo pulmonar é uma lesão sólida, geralmente arredondada, menor que três centímetros de diâmetro e cercada de pulmão normal. Como tem uma densidade maior que o pulmão, aparece na radiografia como uma pequena mancha mais clara no campo pulmonar, que é mais escuro.
O nódulo pulmonar é uma manifestação visível na radiografia e que pode ser provocado por várias doenças. A importância e gravidade dessa manifestação devem ser avaliadas com cuidado pelo seu médico. Nódulos muito pequenos ou posicionados atrás de estruturas normais podem passar desapercebidos em radiografias convencionais.
A tomografia computadorizada é muito mais sensível para detectar os nódulos no pulmão.
Algumas infecções podem provocar a formação de nódulos pulmonares. Aqui no nosso meio, a tuberculose e alguns tipos de fungos podem formar lesões pulmonares desse tipo.
Cicatrizes de infecções prévias ou seqüelas de embolias pulmonares que às vezes foram assintomáticos podem provocar nódulos pulmonares.
Tumores benignos do pulmão geralmente assumem a forma de nódulos pulmonares.
O câncer do pulmão também pode manifestar-se dessa forma, apresentando-se na sua fase inicial como nódulo pulmonar.
Como vemos, o diagnóstico diferencial do nódulo pulmonar é um processo complexo e que às vezes pode demorar e exige exames e procedimentos mais sofisticados. Na maioria das vezes não se deve perder tempo, mas não há urgência em determinar a origem do nódulo. Alguns detalhes simples como idade, sexo, antecedentes e principalmente hábitos fornecem as primeiras pistas. As pessoas fumantes ou aquelas expostas ao fumo (fumantes passivos) sempre tem maior risco de câncer e devem ser investigadas com maior critério.
Dificilmente o médico vai deixar de pedir uma tomografia computadorizada para investigar nódulos pulmonares, tentando identificar características de benignidade ou malignidade no nódulo, mas uma parcela considerável dos nódulos não tem características suficientemente precisas para dispensar uma investigação mais profunda. Exames de sangue (sorologias) e investigação dos hábitos também podem dar pistas importantes, mas também não são definitivos.
Precisa de biópsia?
A biópsia é o procedimento mais importante na investigação do nódulo pulmonar. Para cada situação há uma indicação e um procedimento mais adequado. Há várias técnicas possíveis, e seu médico pode recomendar a melhor alternativa para seu caso. As mais indicadas:
A broncoscopia (um aparelho de fibras óticas permite inspecionar a via aérea até dentro do pulmão) pode guiar uma pinça especial até o nódulo.
Punção-biópsia: Guiada pela tomografia computadorizada, uma agulha especial penetra na parede do tórax e atravessa o pulmão até chegar ao nódulo.
Biópsia cirúrgica: sob anestesia geral, a biópsia pode ser feita tanto através de uma incisão convencional quanto por vídeo-toracoscopia (pequenas incisões permitem a passagem de uma micro-câmera e pinças especiais para a retirada do material). Geralmente na biópsia cirúrgica o exame anátomo-patológico é feito na mesma hora (técnica de congelação) e se for confirmada a doença maligna é feita a operação definitiva, ou seja, a retirada completa da lesão com a margem de segurança adequada.
Como se vê, o objetivo da biópsia é determinar o diagnóstico definitivo do nódulo. Ela vai ser mais importante quanto maior a possibilidade do nódulo ser maligno. Nos pacientes em que essa possibilidade é grande (fumantes e que tem nódulos com características malignas ou indeterminadas), a biópsia não deve ser retardada. Naqueles em que a possibilidade de câncer é remota (jovens, não fumantes e não expostos a fumo ou outros agentes cancerígenos, com nódulos de aspecto benigno), o acompanhamento clínico é aceitável. Nos casos em que as características do nódulo são francamente benignas, pode não haver necessidade de maiores investigações.Biópsia cirúrgica: sob anestesia geral, a biópsia pode ser feita tanto através de uma incisão convencional quanto por vídeo-toracoscopia (pequenas incisões permitem a passagem de uma micro-câmera e pinças especiais para a retirada do material). Geralmente na biópsia cirúrgica o exame anátomo-patológico é feito na mesma hora (técnica de congelação) e se for confirmada a doença maligna é feita a operação definitiva, ou seja, a retirada completa da lesão com a margem de segurança adequada.