Maior consumo de água na gravidez, maior peso fetal
quinta-feira dezembro 16, 2010
O senso comum é de que tomar água faz bem à saúde. Quem já não escutou pessoas sugerindo tomar 1, 2 ou mais litros de água por dia. Mas será que água pode ser útil para o bebêque vai nascer?. Esta questão foi respondida por uma pesquisa realizada no Reino Unido. E o senso comum parece estar certo.
Foram incluídas na pesquisa mais de 2.700 mulheres com gestações de até 12 semanas e com mais de 18 anos de idade. Além das variáveis comportamentais, tais como gasto exercício físico, tabagismo, ingestão de cafeína, vitaminas, álcool e drogas ilícitas foram anotados todos os tipos de consumo de água, nas suas mais diversas formas e quantidades: quantas garrafas de água e copos /xícaras de água fria, água quente, suco, café, chá e até água da torneira..
As participantes foram classificadas segundo o consumo de água em 4 grupos, variando do menor para maior consumo. A época do ano, se calor ou frio, quando o consumo de água varia foi levada em conta também. Ao final do seguimento, foram estudadas as associações do consumo de água e desfechos obstétricos, tais como o peso do bebê ao nascer e a presença ou não de prematuridade.
Com base no consumo de água entre 20 e 24 semanas de gestação, os autores calcularam o peso médio ajustado do bebê nos 4 grupos de mulheres. Os resultados impressionam: Na comparação com o grupo de menor consumo de água (ou seja, 1500 ml por dia) os bebês dos demais grupos tinham ganho de peso que variou de 27 a 50 gramas. Por exemplo, nas mulheres que bebiam mais de 3400 ml por dia o peso do bebe era 50 gramas maior. E isso se aplicava a qualquer tipo de água consumida: de garrafa ou da torneira. O estudo sugere que maior consumo de água pode se associar a peso médio maior por ocasião do nascimento do bebê. No entanto, a magnitude da associação entre ingestão de água e baixo peso ao nascer e parto prematuro foi pequena.
Os autores destacam que apesarem de terem controlado fatores mais importantes para estes desfechos, tais como a raça e renda, a maior dificuldade é ainda quantificar o consumo de água e avaliar padrões de dieta, que também contém água. De fato, um golinho de água para alguns é quase um afogamento para outros e vice-versa. Mas apesar desta limitação a mensagem da pesquisa é interessante. Manter consumo de líquidos adequado deve ser uma preocupação das gestantes. Mesmo daquelas que não são muito chegadas num copinho de água.
(Wright et al, 2010. The relationship between water intake and foetal growth and preterm delivery in a prospective cohort study BMC Pregnancy and Childbirth)