Resistência a antibióticos pode prejudicar tratamento de pneumonia
segunda-feira maio 21, 2012
A crescente resistência bacteriana aos antibióticos, sobretudo pelo uso inadequado desses medicamentos, pode limitar as opções de tratamento que os médicos têm contra as infecções pneumocócicas, entre as quais a pneumonia é a de maior importância para os adultos brasileiros. A doença, aparentemente simples, é a principal causa das internações no País, segundo o Ministério da Saúde.
O assunto foi tema do XV Congresso Panamericano de Infectologia, realizado na primeira semana de abril, no Uruguai, e acompanhado pelo Jornal da Tarde. “Hoje, há bactérias dentro dos hospitais contra as quais não temos mais antibióticos para prescrever. Nos Estados Unidos, a cada seis crianças que consultam um médico, uma sai com prescrição de antibióticos. Esse exagero é uma preocupação no mundo todo?, diz a infectologista Rosana Richtmann, médica do Instituto Emílio Ribas e presidente da Associação Paulista de Infectologia.
Rosana, que também é vice-presidente da Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar (APECIH), afirma que as crianças estão entre os pacientes mais atingidos pelo exagero de prescrições. Ela planeja uma campanha de conscientização da população, incentivando que os pacientes cobrem explicações dos médicos sempre que eles prescreverem um antibiótico. ?Se você morasse na Suécia, levasse seu filho ao médico e ele prescrevesse um antibiótico, ele teria de explicar muito bem por que está indicando aquele remédio, porque lá a população foi treinada para saber que antibiótico só deve ser tomado quando realmente necessário?, explica.
Na conferência “Doenças pneumocócicas: ônus na América Latina”, Rosana debateu com outras autoridades em infectologia da Argentina, Uruguai e EUA as estratégias de prevenção contra a pneumonia. A doença também preocupa o Brasil, porque o risco de morte e a incidência são maiores nos idosos e a população brasileira está envelhecendo. A infectologista diz, citando dados do Banco Mundial (Bird), que até 2050 a população idosa brasileira terá triplicado, o que significa que ?haverá também três vezes mais potenciais pacientes de pneumonia”.
Durante o evento, o médico Alejandro Cané, professor da Universidade Austrau da Argentina, frisou que a prescrição inadequada de antibióticos é muito comum. ?Muitas infecções são virais e não necessitam de antibiótico. Para evitar o mau uso dos medicamentos, é preciso que exista uma educação médica contínua e que as sociedades científicas estabeleçam tratamentos adequados para cada situação”.
Além dos idosos e das crianças menores de dois anos, pacientes com enfermidades crônicas – como diabete, insuficiência renal ou aids – também são mais suscetíveis às doenças pneumocócicas, segundo o médico Eduardo Savio Larriera, assessor na área de doenças infecciosas no Ministério de Saúde Pública do Uruguai. Fumantes e pessoas que já tiveram uma doença desse tipo formam um outro grupo que apresenta grande vulnerabilidade.
O assunto foi tema do XV Congresso Panamericano de Infectologia, realizado na primeira semana de abril, no Uruguai, e acompanhado pelo Jornal da Tarde. “Hoje, há bactérias dentro dos hospitais contra as quais não temos mais antibióticos para prescrever. Nos Estados Unidos, a cada seis crianças que consultam um médico, uma sai com prescrição de antibióticos. Esse exagero é uma preocupação no mundo todo?, diz a infectologista Rosana Richtmann, médica do Instituto Emílio Ribas e presidente da Associação Paulista de Infectologia.
Rosana, que também é vice-presidente da Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar (APECIH), afirma que as crianças estão entre os pacientes mais atingidos pelo exagero de prescrições. Ela planeja uma campanha de conscientização da população, incentivando que os pacientes cobrem explicações dos médicos sempre que eles prescreverem um antibiótico. ?Se você morasse na Suécia, levasse seu filho ao médico e ele prescrevesse um antibiótico, ele teria de explicar muito bem por que está indicando aquele remédio, porque lá a população foi treinada para saber que antibiótico só deve ser tomado quando realmente necessário?, explica.
Na conferência “Doenças pneumocócicas: ônus na América Latina”, Rosana debateu com outras autoridades em infectologia da Argentina, Uruguai e EUA as estratégias de prevenção contra a pneumonia. A doença também preocupa o Brasil, porque o risco de morte e a incidência são maiores nos idosos e a população brasileira está envelhecendo. A infectologista diz, citando dados do Banco Mundial (Bird), que até 2050 a população idosa brasileira terá triplicado, o que significa que ?haverá também três vezes mais potenciais pacientes de pneumonia”.
Durante o evento, o médico Alejandro Cané, professor da Universidade Austrau da Argentina, frisou que a prescrição inadequada de antibióticos é muito comum. ?Muitas infecções são virais e não necessitam de antibiótico. Para evitar o mau uso dos medicamentos, é preciso que exista uma educação médica contínua e que as sociedades científicas estabeleçam tratamentos adequados para cada situação”.
Além dos idosos e das crianças menores de dois anos, pacientes com enfermidades crônicas – como diabete, insuficiência renal ou aids – também são mais suscetíveis às doenças pneumocócicas, segundo o médico Eduardo Savio Larriera, assessor na área de doenças infecciosas no Ministério de Saúde Pública do Uruguai. Fumantes e pessoas que já tiveram uma doença desse tipo formam um outro grupo que apresenta grande vulnerabilidade.