Quadruplicam casos de falsos médicos
sexta-feira dezembro 14, 2007
Venda de atestado e não validação de diploma avançam 175% em 2 anos. Em dois anos, mais do que triplicou o número de denúncias, passando de 19 para 70, contra pessoas exercendo ilegalmente a medicina no Estado de São Paulo, de acordo com dados divulgados ontem pelo Conselho Regional de Medicina (Cremesp). Somente em relação a falsos médicos, houve quatro vezes mais casos.
Em 2005, foram registradas 11 ocorrências. No ano seguinte, 26 e, neste ano, até agora, 48 pessoas foram encontradas se fazendo passar por profissionais da saúde, atendendo pacientes.
Elas usam nome, número de CRM e documentos falsificados de médicos legalmente registrados no Cremesp. Ou seja, se fazem passar pelo médico verdadeiro. Alguns chegam a ser contratados por serviços de saúde.
É o caso de uma mulher presa no início do mês, em São Paulo, que se fazia passar por pediatra num hospital da Unimed na zona leste e em clínicas do interior. De acordo com informações da polícia, fazia quatro anos que ela atendia pacientes.
COMÉRCIO DE RECEITAS
Em dois anos, também cresceu 175% a ocorrência de outros tipos de exercício ilegal da profissão: de 8 casos em 2005, caindo para 4 casos em 2006 e 22 casos em 2007. São, por exemplo, médicos que se formaram em outros países, mas não validaram seus diplomas no Brasil, ou profissionais devidamente registrados que vendem receitas e atestados.
“Com maior divulgação desses casos pela mídia, as pessoas acabam prestando mais atenção e outros casos começam a vir à tona”, explica o presidente do Cremesp, Henrique Carlos Gonçalves. “Acredito que seja esse o motivo do aumento das denúncias que chegam ao conselho”, complementa. Ele explica que o Cremesp pode atuar somente em relação aos profissionais cadastrados, abrindo processos administrativos que podem culminar com a cassação do registro. Os outros casos são investigados pela polícia.
“Quem contrata precisa verificar as credenciais do profissional”, afirma. Em casos de admissões de falsos profissionais, os hospitais, cooperativas e clínicas podem ser autuados como co-responsáveis.
Autor(a): Simone Iwasso
Fonte: estadao.com.br
14/12/2007