No Dia Mundial da Tuberculose, médicos pedem mais pesquisas


terça-feira março 25, 2008

Ela já foi o grande terror dos séculos XIX e XX e chegou a ser chamada de “peste branca”. Hoje, com o avanço no diagnóstico, no tratamento e na prevenção, a tuberculose não parece assustar tanto. É exatamente aí, dizem os médicos, que mora o perigo. Neste 24 de março, Dia Mundial da Tuberculose, especialistas alertam para o avanço dos casos super-resistentes da doença e para uma combinação fatal cada vez mais comum: a da tuberculose com o HIV.


Em razão do Dia Mundial, a Sociedade para Doenças Infecciosas da América e a Associação de Medicina do HIV, dos Estados Unidos, pediram urgência na adoção de novas medidas de combate à tuberculose em todo o mundo. Eles alertam que o risco de descuidar da pesquisa e do tratamento da doença são altíssimos.


“O exame padrão para o diagnóstico da tuberculose tem mais de cem anos e falha em detectar adequadamente a doença em crianças e em pessoas com o HIV. A classe de remédios mais nova que temos tem mais de 40 anos e faz funciona muito mal contra a tuberculose resistente aos medicamentos. A vacina atual tem mais de 85 anos e não é altamente eficiente”, afirmou a porta-voz das duas entidades, a médica Carol Duker Hamilton.


Em todo o mundo, 9 milhões de casos de tuberculose são diagnosticados ao ano – com 2 milhões de mortes. A doença é extremamente contagiosa, contaminando adultos e crianças perfeitamente saudáveis pelo ar.


Em países em desenvolvimento, a tuberculose é a principal causa de morte de pacientes com HIV. Isso porque as duas doenças se alimentam uma da outra. O HIV torna a pessoa mais vulnerável à infecções e a infecção por tuberculose acelera a progressão do vírus na Aids. Os médicos temem que os avanços que foram feitos no controle do HIV sejam jogados fora pela falta de controle de um inimigo bem mais antigo, a tuberculose.


 


 Entenda a doença
A tuberculose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria, o bacilo de Koch. Os sintomas incluem tosse persistente, falta de ar, perda de peso e dor no peito. Se não for tratada pode se espalhar para os nódulos linfáticos, a espinha e os ossos, levando à morte.


Casos de tosse que não passa por mais de três semanas precisam ser encaminhados ao médico. Se a tuberculose for detectada é importante seguir todas as recomendações e tomar a medicação até o final, mesmo que os sintomas já tenham melhorado, para evitar o fortalecimento da bactéria.