Ministério da Saúde investiu mais de R$ 685 milhões no combate à dengue


terça-feira abril 1, 2008

O Ministério da Saúde investiu mais de R$ 685 milhões no combate à dengue, em 2007. Além disso, levou informações sobre o diagnóstico e tratamento da doença para crianças e adultos para 380 mil médicos, alertou as autoridades sobre a possibilidade de uma epidemia neste verão, produziu um diagnóstico de infestação do mosquito transmissor nas áreas consideradas de risco e modificou a campanha contra a dengue, de sazonal para todo o ano, entre outras ações. O governo federal também está investindo R$ 2,9 bilhões em saneamento, nas áreas mais preocupantes em relação à doença.


Só de execução própria, o Ministério da Saúde consumiu no ano passado 90% do previsto (R$ 21,3 milhões) para o seu programa de Vigilância, Prevenção e Controle da Dengue, contando custeio e investimento e todas ações que compõem o programa. O valor se refere a repasse de 1.858 veículos, 997 nebulizadores, 827 pulverizadores, 477 microscópios e 385 microcomputadores, para fortalecer a infra-estrutura de estados e municípios. Os 10% restantes referentes a cortes que buscaram a eficiência no gasto público. Outros R$ 10,2 milhões foram utilizados para a compra de insumos, como inseticidas e biolarvicidas. Finalmente, R$ 55 milhões/ano são transferidos adicionalmente para contratação de agentes de campo (6.671 agentes contratados, em 587 municípios).


O Ministério da Saúde atua com seus parceiros, como estados e municípios, para a execução das ações de saúde. Uma regra da Constituição Federal e da normatização do Sistema Único de Saúde. Para isso, repassou do Fundo Nacional de Saúde para os fundos estaduais e municipais de saúde, a soma R$ 575 milhões só do Teto em Vigilância em Saúde, o que reflete o desafio que temos diante do enfrentamento à doença. Os repasses para os estados e municípios podem ser conferidos pelo portal do Fundo Nacional de Saúde.


Vale observar, que parte dos R$ 21,3 bilhões que descentralizados para estados e municípios, no financiamento da alta e média complexidade, são utilizados em exames, consultas, internações e UTIs para o acompanhamento de pessoas infectadas. Entre ontem e hoje (27), o Ministério da Saúde liberou R$ 10 milhões para o Rio de Janeiro, com o objetivo atender as necessidades de atendimento de pacientes infectados pela dengue.


Os dados consolidados do Ministério da Saúde mostram que o esforço nacional refletiu em uma queda de 39% dos índices de dengue em todo o Brasil, até a nona semana do ano. Houve aumento de casos na região norte (47%) e na região nordeste (2,2%) e redução dos casos nas regiões sudeste (-21,9%), sul (-66,4%) e centro-oeste (-81,5%).


O Ministério da Saúde também buscou na iniciativa privada parceiros que levassem informações sobre a prevenção de dengue. Milhões de pessoas estão sendo mobilizadas contra a doença, graças à Unilever, Mc Donald´s, Ambev, Cesp, Leroy Merlin, CNI, CEF, Rede Globo, Infraero, Anfarmag, Jornal JB, Rádio Nova Brasil FM, COELBA, Abras, Tetra Pak, Rádio Câmara e bandas Jamil, Chiclete com Banana, Babado Novo, Calcinha Preta, Vixi Mainha, É o Tchan, Alexandre Peixe e Araketu. Outras parcerias devem ser firmadas neste início de ano.


Em campanhas institucionais, foram gastos R$ 40 milhões, com um diferencial neste ano. Começaram antes do período crítico da doença e deve se estender pelo ano todo, em vez de se concentrar apenas no verão. A preocupação com a linguagem regional e o período de chuvas diferenciado foram levados em conta.


Crianças e orientação médica
Após 20 anos de convivência com a dengue, a Vigilância em Saúde alertou para a possibilidade de mais crianças começarem a ser infectadas pela doença, pois não estavam imunes aos três tipos de vírus em circulação no Brasil, o DEN 1, DEN 2 e DEN 3.


Sobre essa preocupação, alertou por ofício todas as secretarias municipais e estaduais. Também distribuiu para os serviços de saúde pública e para 380 mil médicos um novo manual de diagnóstico e tratamento da dengue (Dengue, Diagnóstico e Manejo Clínico – Adulto e Criança), separando a abordagem por homem e mulher, por adulto e criança. O manual está disponível na internet pelo http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manejo_clinico_dengue_3ed.pdf.


Outra iniciativa foi a elaboração de uma carta e um kit com orientações para os médicos sobre a dengue. Uma parceira com o Conselho Federal de Medicina, que entre outubro e novembro, levou informações para também 380 mil profissionais. O objetivo dessa mobilização é de evitar ao máximo as mortes relacionadas à dengue, com um manejo adequado. O material está no http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=27629.


Atenção à saúde
Além do combate ao mosquito, pelos agentes de vigilância epidemiológica, a boa estruturação de uma atenção básica é fundamental para o atendimento às pessoas com os sintomas de dengue. Trata-se de uma ação próximo da residência do paciente, que consegue atender a maior parte das situações e, em casos de agravo, encaminhar corretamente as pessoas para outro locais de atendimento. A falta da atenção básica causa a superlotação das emergências dos hospitais, prejudicando a qualidade do atendimento.


Em 2007, no município de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, houve uma incidência da doença tão grave quanto a que está ocorrendo no  Rio de Janeiro. A baixíssima letalidade se deve à qualidade do atendimento primário em Campo Grande, principalmente pela cobertura do Programa Saúde da Família. E eram os mesmos tipos de vírus circulando: os dos tipos 2 e 3.


Outro exemplo é Belo Horizonte, onde a cobertura do PSF é de 70%. A capital mineira tem se mantido fora, nos últimos anos, de qualquer surto epidêmico, de dengue ou de outras doenças infecciosas, apesar de favelas, de violência, de problemas de acesso.


Já em outubro do ano passado, o Ministério da Saúde alertou a população e governos sobre a possibilidade de uma epidemia de dengue neste verão. No mês seguinte, um levantamento da infestação dos mosquitos transmissores na cidade mostrou que ações mais objetivas deveriam ser realizadas pelo gestor local, pois o quadro era alarmante.


O Ministério da Saúde reitera que, além das ações das três esferas do governo, é importante a participação da sociedade no combate ao mosquito da dengue Aedes Aegypti. A população deve combater o mosquito, eliminando todos os locais de água parada, ideal para a reprodução do vetor da doença. Sem a mobilização da sociedade todos os esforços serão em vão.


O trabalho de prevenção e eliminação dos focos do Aedes Aegypti deve ser um trabalho contínuo e ininterrupto, inclusive entre abril e dezembro, para evitar epidemias maiores proporções em 2009.


Outros números do esforço federal no combate à dengue:
* 18.100 agentes de campo cedidos aos estados e municípios
* 111.039 profissionais capacitados entre médicos, agentes de saúde, supervisores de campo, técnicos em vigilância epidemiológica
* 122 laboratórios para diagnóstico, em todas as UF
* 12 laboratórios de fronteira para monitorar a entrada de novos sorotipos virais
* 4 laboratórios sentinelas para monitorar a resistência dos inseticidas em municípios sentinelas
* 4 milhões de tampas e capas distribuídos aos municípios para vedação de caixas de água
* 222 ECOPONTOS implantados, em 200 municípios, em articulação com a iniciativa privada, para recolhimento e destino adequado de pneus
* 31 consultores contratados para assessoramento às Secretarias estaduais de Saúde