Médicos aprovam proibição de propaganda de bebidas


segunda-feira abril 28, 2008

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Jorge Darze, além da propaganda influenciar o consumo precoce de álcool pelos jovens, 80% do total de acidentes de trânsito são causados pela embreaguês. Darze apóia a limitação da propaganda de bebidas de baixo teor alcoólico – cerveja, vinho e cooler – ao horário entre 21h e 6h.

A Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) fará ingerências no Congresso Nacional para tentar derrubar o caráter de “urgência urgentíssima” do projeto de lei que limita a publicidade . Apoiado pelo governo, o projeto visa a diminuir o impacto dos anúncios sobre crianças e adolescentes, que estão chegando em maior número ao grupo de mútua ajuda Alcóolicos Anônimos do Rio.

“Reconhecemos que o problema é grave, mas ele deve ser combatido em várias frentes”, opina o vice-presidente executivo da ABA, Rafael Sampaio. “Essa classificação de urgência urgentíssima limita a discussão no Congresso, pois tranca a pauta. Esse não é o melhor caminho.”

Para Sampaio, a questão envolve um hábito universal e culturalmente aceito no Brasil, o de beber.

“Há países em que a publicidade foi banida e não deu certo. A União Européia agora está tentando unificar os critérios em todos os países”, diz. “Nos Estados Unidos, a Suprema Corte estendeu a liberdade de expressão artística à criação comercial. Tudo é resolvido com acordos e auto-regulamentação.”

“Tudo que for feito para conter essa epidemia silenciosa de mortes no tráfego é válido”, opina Darze. “Não se pode fechar os olhos a esses números é uma questão de saúde pública e quanto mais você inibir o consumo, melhor.”