Médicos alertam para doença que provoca dores em todo o corpo


segunda-feira maio 5, 2008

No próximo dia 12, comemora-se o Dia Mundial da Fibromialgia. Caracterizada por dor generalizada pelo corpo, a doença acomete 2% da população, especialmente as mulheres. Reconhecida como doença apenas em 1990, a fibromialgia ainda é pouco conhecida. O curioso é que o portador da doença pode apresentar exames laboratoriais normais. “Até pouco tempo atrás, o diagnóstico era pouco difundido e pensava-se que a dor do paciente não era real ou estava relacionada a problemas psiquiátricos”, conta o presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia, Eduardo José do Rosário e Souza. 

Outros sintomas associados à fibromialgia são fadiga, sono não-restaurador, formigamento nas mãos e nos pés, dor de cabeça e problemas intestinais. O diagnóstico é feito a partir dos sintomas relatados pelo paciente e de um exame clínico, que avalia a sensibilidade à dor em 18 pontos distribuídos pelo corpo. “A ausência de pontos dolorosos, no entanto, não exclui o diagnóstico”, alerta o reumatologista. 

Souza afirma que a causa da doença ainda é desconhecida. “Evidências atuais apontam para uma predisposição genética, uma vez que é comum o diagnóstico de fibromialgia em membros de uma mesma família”, explica. Segundo ele, problemas emocionais e estresse causado por acidentes, cirurgias, infecções virais, entre outros, podem servir de “gatilho” para o desenvolvimento dos sintomas.

“Em pessoas geneticamente predispostas, o sistema nervoso central, responsável pela percepção da dor, passa a funcionar de maneira inadequada, gerando a dor crônica e generalizada, mesmo na ausência de uma lesão específica nos músculos, tendões ou articulações”, explica o médico.

Apesar de não ter cura, a fibromialgia pode ser bem controlada. “O tratamento correto diminui a intensidade da dor e melhora a qualidade de vida dos pacientes”, garante. O reumatologista é o especialista com treinamento adequado para o diagnóstico da fibromialgia, que pode ser confundida com outros distúrbios reumáticos ou estar associada a doenças como lúpus, artrite reumatóide e síndrome de Sjögren. 

Souza explica que o tratamento combina uso de medicamentos, prática de atividades físicas e suporte psicológico. Ele lembra que os pacientes podem ser atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Hospitais públicos da capital, como o Hospital das Clínicas, o Ipsemg e a Santa Casa possuem ambulatórios de fibromialgia.” Mais informações sobre a doença nos sites www.fibromialgia.com.br e www.reumatominas.com.br.