Ginecologistas perguntam pouco sobre os problemas sexuais das pacientes


quinta-feira outubro 18, 2012

Queixas sexuais são frequentes entre as mulheres. Mas será os ginecologistas abordam espontaneamente este tipo de assunto na consulta médica. Um estudo americano tem a resposta
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          Na sua consulta ginecológica existe espaço para falar de problemas ou dificuldades sexuais?. Muitas mulheres podem pensar que a resposta a esta questão é sim. Mas neste caso elas estão enganadas. Pelo menos é o que acontece com as mulheres americanas, segundo dados de uma pesquisa feita pela Universidade de Chicago, em Illinois, com mais de 1100 ginecologistas.  Os médicos foram indagados se discutiam a vida  e orientação sexual das suas pacientes; se abordavam temas como satisfação e prazer com a atividade sexual e se falavam de problemas ou disfunções sexuais. 63% dos pesquisados ​​disseram que rotineiramente perguntavam às suas pacientes sobre suas atividades sexuais, mas apenas 40% as questionavam sobre problemas sexuais. Apenas  27,0% perguntaram sobre a orientação e identidade sexual. O pior é um em cada 10 profissionais de saúde nunca havia perguntado sobre prazer sexual.
          Um dado bem interessante foi o perfil do especialista  que abordava temas sexuais: ele era do sexo feminino,  de meia idade, mais habituados com ginecologia do que obstetrícia. Uma possível explicação para os resultados pode ser um déficit na formação do médico sobre o diagnóstico e tratamento de problemas sexuais femininos. Segundo a autora da pesquisa, do mesmo modo que os pacientes, os médicos podem achar que discutir problemas sexuais pode ser ofensivo ou envergonhar o paciente. Mas neste caso, cabe sempre ao médico introduzir o tema. Vale lembrar que a disfunção sexual, além de comum pode interferir nos relacionamentos e causar sentimentos de culpa e vergonha.
           Assim se o médico não pergunta, as pacientes sentem que não podem discutir  o assunto com eles. Mas a autora também sugere que, no caso de dificuldades de comunicação do médico, a paciente pode e deve tomar a iniciativa.  É um jeito delicado de dizer “para você ajudar teu médico a te ajudar”. (Stacy Tessler Lindau . Journal of Sexual Medicine. May 2012)