Exame pioneiro no SUS pode evitar 16% das mortes de recém-nascidos
segunda-feira agosto 6, 2012
Estudo realizado pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, com base nos atendimentos realizados na maternidade estadual Interlagos, aponta que, em dois anos, 416 mortes neonatais foram evitadas graças ao pioneirismo do hospital na implantação de um exame que identifica a presença da bactéria Streptococcus agalactiae em gestantes.
O teste, realizado entre a 33ª e 37ª semana de gestação, consiste em identificar a bactériana região genital ou anal das mulheres grávidas. Apesar de inofensivo às gestantes, em recém-nascidos o agente pode provocar quadros graves de bacteremia, pneumonia, meningite, choque séptico e neutropenia (diminuição do número de glóbulos brancos), que podem causar a morte súbita dos bebês.
Nos casos em que o resultado do teste de GBS é positivo, as gestantes são submetidas, na hora do parto, a uma profilaxia a base de antibióticos, que evita a contaminação e a possível morte dos recém-nascidos.
Já quando as grávidas colonizadas pela bactéria não realizam o teste e, consequentemente não são submetidas à profilaxia, a taxa de mortalidade neonatal é alta, variando de 2% a 8% quando os sintomas começam cinco dias após o nascimento, e de 10 a 15% quando os sintomas são tardios, aparecendo entre 7 e 90 dias após o parto.
Dos 2.506 testes de GBS realizados na maternidade Interlagos entre janeiro de 2008 e junho de 2011, 416 deram positivo e 16,6% de possíveis mortes neonatais foram evitadas. A maternidade estadual Interlagos foi a primeira da rede pública a implantar o teste.
“A bactéria identificada pelo exame de GBS se dissemina rapidamente no organismo dos recém-nascidos, causando graves doenças. Por isso, muitas vezes um bebê que nasce saudável pode sofrer uma morte súbita em questão de dias. A notícia boa é que hoje podemos evitar essas mortes através de um teste simples realizado durante o pré-natal, disponibilizado pelo SUS”, diz Sandra Sestokas, diretora da maternidade.