Especialistas apontam os danos causados à saúde dos bebês pelo uso da chupeta
sexta-feira junho 6, 2008
Na tentativa de acalmar seus filhos e controlar o choro das crianças, muitas mães fazem do uso da chupeta um hábito. Mas o que elas não sabem é que isso pode causar sérios danos à saúde dos pequenos. Problemas ortodônticos, respiratórios e deformidades faciais estão associados à sucção diária da chupeta.
Os males causados por este hábito não param por aí. A respiração é outra função que também pode ser afetada, já que a sucção, neste caso, estimula a respiração via oral. Isso faz com que a criança tenha o sono alterado, fique cansada com facilidade e até ronque.
No livro “A Saúde de Nossos Filhos”, da Publifolha, mamães encontram orientações essenciais para proteger seus filhos e manter a qualidade de vida dos bebês. Por meio de textos didáticos, pediatras do Hospital Albert Einstein esclarecem dúvidas sobre doenças, segurança e desenvolvimento infantil.
Leia abaixo o trecho do livro que trata dos danos causados à saúde pelo uso freqüente de chupetas. As orientações foram escritas pelos pediatras Durval A. Daniel Filho e Leonardo M. Posternak.
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CHUPETA
O uso da chupeta desperta reações pouco racionais. Alguns pais e médicos são radicalmente contra. Na prática, alguns bebês não aceitam a chupeta mesmo quando os pais insistem. Em contrapartida, pais que queriam evitá-la rendem-se às necessidades de sucção do bebê.
A chupeta não é necessária, e geralmente os bebês que mamam adequadamente no seio nos primeiros dias a recusam. Nessa fase inicial, o estímulo à chupeta pode até atrapalhar o aprendizado dos movimentos de sucção do seio. Alguns trabalhos mostram incidência maior de desmame nas crianças que utilizam chupeta. No entanto, à medida que o bebê cresce, suas necessidades de sucção podem ir além das necessidades nutricionais. A chupeta, nesse caso, pode ser confortável para o bebê e, se corretamente utilizada e retirada na idade adequada, não causa danos físicos ou emocionais.
A finalidade da chupeta é suprir as necessidades de sucção da criança, e não confortar a família. Pode ser utilizada em intervalos de mamadas, quando a criança estiver agitada e procurando sugar (mas sem fome). Mas o melhor é usá-la sempre pelo menor tempo possível. Alguns bebês gostam de chupeta na hora de dormir. Isso não deve ser encorajado, pois este fator externo no hábito de sono fará com que, ao acordar à noite, a criança seja incapaz de voltar a dormir sem que a chupeta seja colocada em sua boca. O ideal é por o bebê no berço já sem a chupeta e reduzir ao mínimo possível seu uso durante o dia.
Qual é o melhor tipo de chupeta? As mais difundidas são as ortodônticas. Elas trariam danos menores à formação do palato, pois apresentam a base mais achatada, e permitiriam melhor oclusão dos lábios. No entanto, a literatura médica não confirma essa observação, e a ocorrência de deformidades craniofaciais (mordida cruzada, por exemplo) depende mais do tempo de utilização do que do tipo de chupeta.
As chupetas podem ser de silicone ou látex (as primeiras são mais higiênicas e duram mais), em diversos tamanhos. Existem modelos menores, para recém-nascidos prematuros. A escolha do tamanho adequado influenciará no uso correto da chupeta.
A segurança deve estar sempre em primeiro lugar, e alguns cuidados são essenciais:
* A chupeta não pode se separar em partes, para que a criança não corra o risco de se sufocar;
* Nos primeiros seis meses é recomendável a esterilização em água fervente, mas após esse período a lavagem com água e sabão será suficiente;
* Nunca se deve usar a chupeta ligada a cordões ao redor do pescoço do bebê.
Se a retirada da chupeta se iniciar já no segundo de vida, a probabilidade de alterações físicas será muito pequena. Portanto, essa atitude deve ser estimulada. Crianças que persistem com o hábito da sucção além dos 4 anos de idade ficam bem mais sujeitas a deformidades que requeiram correções.
“A Saúde de Nossos Filhos”
Autor: Departamento de Pediatria do Hospital Albert Einstein
Editora: Publifolha
Páginas: 593
Quanto: R$ 94,90
Onde comprar: nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou na Livraria da Folha.