DNA de cão dá pista para tratar cegueira


sexta-feira agosto 8, 2008

Uma mutação genética no “cão salsicha” pode oferecer pistas para uma forma de cegueira genética em humanos, de acordo com um estudo de pesquisadores americanos e noruegueses.

Eles conseguiram isolar um gene do DNA de cães da raça dachshund que havia sido parcialmente danificado em cães afetados por distrofias cone-bastonete, que afetam esses dois tipos de célula presentes na retina.

Distrofias ou displasias de cone e bastonete são relativamente raras em cães e se restringem a algumas raças. Em humanos, podem se iniciar logo na infância.

Em um primeiro momento, a perda das células da retina pode levar à “cegueira diurna”, na qual a visão em lugares claros é prejudicada. Ao longo do tempo, o problema pode evoluir para a cegueira total.

No estudo, publicado na revista científica Genome Research, os cientistas isolaram parte do DNA dos dachshunds e, em particular, o gene NPHP4, que havia tido uma parte “apagada” em animais afetados.

O gene está associado a uma combinação de deficiências nos rins e fígados em seres humanos, disse o coordenador do estudo, o pesquisador Frode Lingaas, da Escola Norueguesa de Ciências Veterinárias.

“Nos cães dachshunds, encontramos uma mutação que afeta apenas os olhos, sugerindo que este gene pode estar relacionado a pacientes humanos com doenças oftalmológicas”, afirmou.

Segundo ele, a descoberta pode ter aplicações tanto para uso veterinário quanto para uso em humanos.
Em cães, abre a possibilidade de testes genéticos para eliminar determinados distúrbios através do cruzamento de animais.

Em humanos, poderia apontar caminhos para o tratamento de distrofias de cones e bastonetes através do uso de genes, a geneterapia.