Câncer de pele
terça-feira maio 13, 2008
Se uma ferida apareceu sem causa aparente e não cicatriza ou ainda se uma pinta sofreu uma alteração brusca no tamanho, na cor ou no aspecto, não perca tempo, procure o seu médico porque pode ser um câncer de pele.
Geralmente não prestamos atenção à nossa pele e só o fazemos quando ela está lesada. A pele, o maior órgão do nosso corpo, nos protege das bactérias, fungos, vírus e produtos químicos e até de agentes físicos, como por exemplo, os raios ultravioleta do sol. A pele é um órgão altamente especializado, que consegue manter a temperatura do nosso corpo estável (o que é imprescindível para o bom funcionamento dos nossos órgãos) e através dos corpúsculos nervosos da pele, nós temos a sensação táctil, sem a qual nos machucaríamos facilmente a toda hora, sem percebermos.
Sem a pele não conseguiríamos sobreviver.
Apesar de ser um órgão com todas essas funções especializadas não lhe damos tanta importância e até esquecemos que ela existe.
Poucas pessoas lembram que a pele pode adoecer, que também precisa ser cuidada. Muitos problemas da pele, incluindo o câncer poderiam ser evitados com cuidados adequados, principalmente na infância e no início da vida adulta.
A causa do câncer da pele em mais de 90% dos casos é a exposição em excesso e cumulativa aos raios solares. Antigamente a pele branca era o ideal de beleza, como a pele da Branca de Neve ou a da Julieta do Romeu. O pó-de-arroz era usado para deixar a pele mais clara. Após os anos 50, pele bronzeada virou sinônimo de beleza e saúde. Do ponto de vista médico, uma pele bronzeada indica apenas que o nosso organismo está tentando se proteger dos raios prejudiciais do sol. Portanto, a melhor conduta é a prevenção, isto é, não nos expormos demais aos raios solares, principalmente depois de dez horas da manhã e antes da quatro horas da tarde. Quando a exposição é inevitável, como por exemplo, em um jogo de futebol, ou na praia ou mesmo para as pessoas que trabalham ao ar livre, devemos saber usar corretamente roupas adequadas, chapéus e bonés (dependendo da ocasião) ou até mesmo um bom filtro solar. Geralmente um filtro com FPS (fator de proteção solar) de número 15 é o suficiente para uma proteção adequada. Devemos lembrar que o filtro solar deve ser aplicado 15 minutos antes de nos expormos ao sol e deve ser reaplicado a cada 2 horas ou até em intervalos menores, se estivermos fazendo exercícios ou nadando. Esses cuidados devem ser intensificados se a pessoa apresentar pele clara, muitos nevos e se tiver história familial de neoplasia cutânea.
Outro efeito da exposição solar cumulativa, isto é, o sol tomado em excesso durante toda a vida, é o envelhecimento precoce, com a pele ficando seca, com rugas e manchada.
Existem 3 tipos principais de câncer de pele: o carcinoma basocelular (CBC), o carcinoma espinocelular (CEC) e o melanoma cutâneo. O CBC é o mais freqüente e o menos agressivo. Surge como um pequeno nódulo de cor rósea que cresce lentamente por meses ou até anos e após se ulcera, isto é, vira uma ferida. O segundo mais freqüente, o CEC cresce mais rapidamente, é mais agressivo que o basocelular e se ulcera precocemente. Aparece geralmente como uma crosta ou uma pequena ferida. Tanto o CBC como o CEC é mais encontrado em áreas expostas ao sol, como a face e os braços.
O melanoma cutâneo é o tipo de câncer de pele mais grave e o menos freqüente. A sua causa mais importante é a exposição intermitente e excessiva ao sol, principalmente quando a pessoa é portadora de uma pele clara e sensível. Chamamos a exposição de intermitente quando a pessoa não está acostumada aos raios solares, e de vez em quando vai passar um fim de semana no litoral, querendo ficar morena rapidamente. Vai conseguir apenas lesar a pele. Algumas vezes até com bolhas. Outros fatores importantes são o grande número de pintas, que chamamos de nevos pigmentados e a presença de nevos atípicos, que são pintas com características diferentes. A malignidade maior do melanoma decorre do fato de que essa lesão pode dar “raízes” (metástases) para outros locais e até para órgãos vitais. No entanto, se for diagnosticado e tratado precocemente, o melanoma pode ser curado, como nos outros tipos de câncer de pele, em quase 100% dos casos.
Na realidade, para fazermos uma prevenção, somente a exposição ao sol é que podemos controlar, pois não temos como escolher o nosso tipo de pele e muito menos o número das nossas pintas.
Existem algumas pintas que devem ser retiradas profilaticamente.
É importante sabermos a regra do “ABCD”, que indica quais as pintas que devemos mostrar aos médicos: Assimetria, Bordas irregulares, Cor variada e Diâmetro maior que
A – Assimetria: dividindo a pinta ao meio, uma metade não se superpõe à outra.
B – Bordas irregulares: bordas recortadas ou com fraca definição.
C – Cor variada. A pinta tem duas ou mais cores.
D – Diâmetro maior que
Além dos sinais da regra do ABCD, devemos também ficar atentos com as lesões que mudam de tamanho, de cor ou que apresentem prurido, isto é se estiver coçando.
Todas as pessoas com muitos nevos, ou com pele clara e que tomaram muito sol na infância, devem preventivamente consultar regularmente o seu médico e também fazer o auto-exame da pele. No auto-exame, as pessoas devem observar toda a sua pele em um ambiente com muita luz e com dois espelhos. Notar se uma pinta se alterou ou se nasceu uma nova pinta. Notar também se uma ferida não cicatriza sem apresentar uma causa aparente.
A prevenção é o melhor investimento que fazemos para a saúde e para a beleza da nossa pele.