Conjuntivite: mudança de estação pode agravar surto
quinta-feira abril 14, 2011
Basta a temperatura cair para um número maior de pessoas sentir coceira nos olhos, ardência, irritação, visão embaçada e dificuldade para trabalhar no computador. É a síndrome do olho seco, que se agrava no outono por conta da queda na temperatura e vento, afirma Leôncio Queiroz Neto, oftalmologista do Instituto Penido Burnier, em Campinas (SP).
Só para se ter uma ideia, enquanto no verão a incidência do olho seco é de 10%, no inverno atinge 20%. O resultado é que os olhos ficam mais vulneráveis às contaminações. Isso porque antes até do sistema imunológico, a primeira linha de defesa ocular é a lágrima.
A lubrificação deficiente provoca a irritação da conjuntiva, membrana que recobre a córnea e a parte interna da pálpebra. Por isso, pode agravar o surto de conjuntivite, inflamação da conjuntiva, que vem se alastrando no País desde fevereiro e aumentou em 40% o número de consultas no hospital neste período.
Recomendações para evitar a contaminação viral ou bacteriana
• Lavar frequentemente as mãos;
• Evitar aglomerações e locais fechados;
• Não compartilhar maquiagem, fronhas, toalhas e colírios;
• Evitar levar as mãos aos olhos.
Os principais sintomas da conjuntivite viral são: vermelhidão, coceira, fotofobia, pálpebras inchadas e uma secreção transparente. Ao primeiro sinal da doença devem ser aplicadas compressas frias feitas com água filtrada. Higienizar com soro fisiológico, água boricada ou qualquer outra solução pode piorar o quadro. Caso o desconforto não desapareça em dois dias é necessário passar por consulta com um oftalmologista.
Síndrome atinge até pessoas saudáveis
Queiroz Neto diz que independentemente da idade e do sexo, toda pessoa pode ter a síndrome do olho seco, que aumenta a predisposição à conjuntivite, mas as mulheres na menopausa formam o grupo de maior risco.
Mesmo quem produz uma quantidade normal de lágrima pode ter deficiência lacrimal neste período do ano. Isso porque a queda de temperatura abaixo de 32 graus pode solidificar a camada oleosa da lágrima, que fecha os dutos das glândulas sebáceas das pálpebras (glândulas de Meibomius). O especialista dá algumas dicas para prevenir esta evaporação:
• Beber bastante água;
• Proteger os olhos com óculos;
• Evitar ar-condicionado.
Conjuntivite alérgica também é comum
Além da conjuntivite viral, o médico diz que nesta época do ano quem sofre com doenças respiratórias também tem tendência a contrair conjuntivite alérgica. No Brasil, 20% da população tem algum tipo de alergia e 6 em cada 10 alérgicos manifestam o problema nos olhos, de acordo com o ISSAC (Estudo Multicêntrico Internacional de Asma e Alergias na Infância). A doença não é contagiosa como a viral, mas aumenta o risco de surgir ceratocone (deformação da córnea que afina sua parte central), opacidade corneana e catarata.
Recomendações para prevenir alergia ocular
• Evitar plantas, flores e animais com pelo dentro de casa;
• Manter os ambientes arejados e livres de pó;
• Evitar travesseiros de pena, cortinas, tapetes e objetos que acumulam pó;
• Substituir a vassoura por aspirador de pó e o espanador por panos úmidos;
• Não esfregar ou coçar os olhos;
• Forrar almofadas e colchões com capas impermeáveis;
• Não enxaguar fronhas com amaciantes, que se transformam em pós depois de seco.
–