Colesterol: Inimigo do Coração?
terça-feira fevereiro 9, 2010
As enfermidades cardiovasculares são a primeira causa de morte no Chile (mais de 28%) e afetam a centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Daí a palavra colesterol ser temida por todos, já que este representa um dos maiores riscos de doenças cardiovasculares. Mas, o que é, realmente, o colesterol e quais são seus efeitos no nosso organismo? Descubra você mesmo a seguir. Seguramente, em mais de uma ocasião escutou-se falar em colesterol e é sabido que é necessário cuidar deste fator para estar saudável. Mas, o que é o colesterol e por que devemos nos preocupar? O colesterol é uma substância bioquímica que, para surpresa de muitos, é necessária e essencial para o funcionamento do organismo. Graças a ele são formados, por exemplo: membranas celulares, vitamina D, hormônios e ácidos biliares, os quais digerem as gorduras. Sem dúvida, o excesso de colesterol representa risco elevado para doenças do coração. Apesar disso, não se deve ver o colesterol como um inimigo total, já que existem vários tipos desta substância, dentro das quais se encontra um mau e outro bom. O Bom e o Mau Se o médico recomenda fazer um exame de sangue para avaliar o nível de colesterol, é porque este se encontra no fluxo sangüíneo permanentemente, pois não é capaz de dissolver-se. Em vez disso, o colesterol flui pela corrente sangüínea ligado às chamadas lipoproteínas e triglicerídes, os quais lhe servem de transporte. O principal veículo do colesterol são as lipoproteínas, existindo vários tipos das mesmas: a má ou LDL (lipoproteína de baixa densidade) já que leva o colesterol até os tecidos e a boa ou HDL (lipoproteína de alta densidade), que os leva para locais distantes. Desta maneira, o colesterol será bom ou mau dependendo da lipoproteína à qual está aderido. O Ministério da Saúde do Chile e os laboratórios como o Mevacor, dizem que o que se conhece do colesterol mau OU LDL é que, em quantidades elevadas, o mesmo representa um sério risco para o coração, pois pode ser depositado nas paredes das artérias, formando uma grossa capa de colesterol no interior,causando dano que é conhecido com arteriosclerose. Nas primeiras etapas desta doença formam-se pequenos depósitos de gordura chamados “estrias gordurosas”. Se as concentrações de colesterol continuam elevadas, os depósitos aumentam de tamanho e tornam – se perigosos, podendo obstruir as artérias e diminuir o fluxo sangüíneo para os órgãos vitais, como o coração, que necessita do oxigênio e dos elementos nutritivos que são levados pelo sangue. Quando isto ocorre, produz-se uma angina de peito, um ataque cardíaco (infarto do miocárdio) ou inclusive a morte. Por outro lado, o Ministério da saúde, em seus folhetos informativos, explica que se você tem um alto nível de HDL ou colesterol bom, isto quer dizer que o seu risco de apresentar problemas cardíacos é mínimo, isto se deve ao fato de HDL trabalhar absorvendo a gordura e limpando as artérias, depositando a maior parte do colesterol no fígado, o qual é capaz de quebrar as moléculas de colesterol e eliminá-las do corpo. A origem do Colesterol O colesterol sangüíneo origina-se de duas fontes: a fonte endógena, que corresponde à produção própria do organismo, especialmente do fígado, e representa 60 a 80% do colesterol total; enquanto que a fonte exógena provém dos alimentos que consumimos. As concentrações elevadas de colesterol no sangue podem, então serem devidas ao consumo ou à produção excessiva deste pelo organismo. Esta última é especialmente significativa nas pessoas com obesidade, tendências genéticas ou hereditárias a problemas cardíacos, ou sedentárias, fatores que contribuem para elevar o colesterol. Por isto, o tipo de gordura que ingerimos é essencial quando falamos de saúde cardiovascular. Assim, enquanto o consumo de gorduras saturadas pode produzir arteriosclerose, as gorduras boas podem assegurar uma saúde invejável. As gorduras saturadas, ou más, encontram-se principalmente em alimentos de origem animal, e tendem a ser sólidas à temperatura ambiente. Um exemplo é a gordura branca das carnes vermelhas, os ovos, o leite integral e as gorduras “hidrogenadas”. Já as gorduras insaturadas provêem principalmente dos vegetais e tendem a ser líquidas à temperatura ambiente. Os tipos básicos destas são as poliinsaturadas e as monoinsaturadas, podendo ajudar a diminuir o colesterol sangüíneo. Dentre elas, a mais conhecida é a Omega – 3, que é muito saudável e se encontra abundantemente nos óleos vegetais, aves, mariscos e nos peixes de água fria. Como posso saber se tenho colesterol elevado? Segundo o laboratório Mevacor, a maioria das pessoas que tem níveis elevados de colesterol não apresenta nenhum sintoma físico que as advirta sobre a presença deste transtorno. Por isto, recomenda-se pedir periodicamente a concentração do colesterol no sangue e seguir as orientações médicas. Tanto o Ministério, como os laboratórios e os médicos especialistas, recomendam diminuir a concentração do colesterol no sangue a níveis de risco moderado ou baixo, seguindo uma dieta pobre em gorduras e em colesterol. Em geral uma dieta pobre em gorduras significa comer menos gorduras saturadas e alimentos ricos em colesterol (como carne, ovos, leite e seus derivados) e comer mais frutas, cereais, verduras e peixes. Uma dieta pobre em gorduras não significa que seja necessário deixar de comer carne, pois existem carnes com menor quantidade de gordura, como peru, pavão e frango sem pele e as carnes magras. Seu médico pode lhe recomendar uma dieta ajustada à suas necessidades específicas. O colesterol sangüíneo elevado é somente um dos fatores de risco de doença cardiovascular. Outros fatores importantes incluem: pressão arterial elevada, tabagismo, diabetes e antecedentes familiares de infarto do miocárdio, principalmente. Seu médico pode também determinar as concentrações de colesterol apropriadas para você, baseando-se em sua história clínica e, tendo, em vista, todos os seus possíveis fatores de risco para doença cardiovascular. Os Medicamentos Ainda que a dieta seja um meio eficaz de diminuir a concentração de colesterol, em algumas pessoas, não é suficiente, sendo necessária a introdução de medicamentos. Cada laboratório recomenda o uso de diversos medicamentos, alegando que são tratamentos eficazes e com efeitos colaterais mínimos. Sua forma de ação é simples: impede a absorção de gorduras quebradas na digestão ao nível do tubo digestivo. Estes medicamentos só podem ser adquiridos com receita médica. De todo modo, os próprios laboratórios concluem que é necessária a visita ao médico especialista antes de fazer uso de medicamentos, e, afirmam que, apesar do uso de determinada medicação, sempre se deve tomar as seguintes precauções: – Controle periódico da concentração do colesterol sangüíneo. – Controle do peso. – Limitar o consumo de alimentos com níveis elevados de colesterol e gorduras saturadas. – Realizar exercícios físicos de modo regular. – Parar de fumar. – Controlar periodicamente a pressão arterial. – Diminuir os fatores que produzam angústia e tensão. Em resumo, deve-se estar sempre atento ao colesterol, somente assim é possível oxigenar bem o coração.