Osteoporose pega, principalmente, coluna e quadril


sexta-feira outubro 9, 2009

Ossos ocos, finos, extremamente frágeis e quebradiços. Este é o quadro provocado pela osteoporose, doença que atinge os ossos e é marcada pela diminuição da resistência dele, aumentando a fragilidade do tecido e favorecendo ao aparecimento de fraturas. A principal causa da osteoporose é o desequilíbrio entre a reabsorção e a formação de tecido ósseo, sendo mais comum em mulheres a partir dos 60 anos , define Mario Newton Azevedo, médico do setor de Densitometria Óssea e chefe do serviço de Reumatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

As mulheres são o principal alvo da doença porque, normalmente, apresentam menor massa óssea do que os homens. As características genéticas como sexo, idade, raça, peso, altura e antecedentes familiares são responsáveis por 80% das causas da osteoporose.
Os 20% restantes relacionam-se com atividades como exercício, dieta, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo, doenças pré-existentes ou adquiridas , explica o Dr. Mario Newton.

Após a menopausa, os ossos femininos passam a incorporar menos cálcio, que é parte fundamental da formação óssea, e por isso ficam quebradiços. Um dos maiores problemas da osteoporose, contudo, é que ela progride lentamente e poucas vezes apresenta sintomas, ou seja, sem exames específicos é fácil que passe despercebida até que ocorra uma fratura.

Pontos frágeis
Hoje, em todo o mundo, a estimativa é de que uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens acima de 50 anos tenham osteoporose. As fraturas costumam ocorrer em quatro lugares: o primeiro é a coluna vertebral, especialmente as vértebras lombares que, na maioria das vezes, são indolores e podem levar a deformidades (como a formação de uma corcunda), sendo as principais causas de diminuição da altura dos pacientes com quadro de osteoporose.

O segundo é o quadril, que podem levar a imobilidade e até invalidez, dada a dificuldade de cicatrização das fraturas no local. Por último estão o pulso e o fêmur, que prejudicam bastante a independência no caso do idoso.

Existem dois tipos de osteoporose: a pós-menopausa e a senil. A primeira compromete as mulheres na época da menopausa, provocada pela restrição abrupta dos hormônios sexuais, com aumento da reabsorção do osso causada pela diminuição dos níveis de estrogênio no organismo. A osteoporose senil acomete a ambos os sexos e ocorre a partir dos 70 anos de idade, sendo causada pelo desequilíbrio provocado pela diminuição da absorção de cálcio pelo organismo , diz o médico. A osteoporose também favorece a fragilidade dentária levando a perda óssea e prejudicando a nutrição das pessoas com idade mais avançada.

Como diagnosticar e tratar
É preciso fazer um exame de densitometria óssea, que mede a densidade dos ossos e mostra o estado de deterioração do colágeno ósseo, que dá sustentação ao osso. Trata-se de um método não invasivo, indolor e sem risco de radiação. Para as mulheres, o ideal é começar a fazer o exame já no período pré-menopausa , orienta o Dr. Mario Newton. O diagnóstico de osteoporose é positivo quando existe a perda de mais de 25% da massa óssea e a presença de pelo menos uma fratura secundária.

Caso seja identificada a doença, o tratamento inicial conta com suplementação de cálcio. Entretanto, existem vários esquemas terapêuticos e medicamentos aplicados às diversas características dos pacientes, tratamentos direcionados aos tipos de osteoporose e para diferentes fases da vida , diz Azevedo.

Entre eles destacam-se a reposição hormonal para a menopausa, uso de bisfosfonatos (alendronato, risendronato, ibandronato, zolendronato), modulador seletivo de receptor de estrógeno, hormônio paratireoideano, calcitonina, ranelato de estrôncio, assim como a prescrição atividade física com orientação profissional para controlar, reduzir e estabilizar o quadro.