A Criança Hiperativa
sexta-feira junho 20, 2008
“O distúrbio do déficit de atenção / hiperatividade é o distúrbio de saúde mental mais comum nas crianças. Seus principais sintomas são a dificuldade em prender a atenção, a hiperatividade e a impulsividade. Seu tratamento pode envolver diversas modalidades, mas é sempre importante que os pais e professores também recebam apóio para lidar com suas crianças”.
O distúrbio de déficit de atenção / hiperatividade (DDAH) é o problema de saúde mental mais comum em crianças. As crianças que apresentam DDAH freqüentemente têm problemas com prestar atenção, hiperatividade e comportamento impulsivo.
O DDAH é sete vezes mais comum em meninos do que em meninas. As meninas são mais propensas a ter problemas com atenção e menos propensas a ter hiperatividade.
Como ocorre o distúrbio de déficit de atenção/hiperatividade?
Em cerca de 70% dos casos, o DDAH é hereditário, principalmente entre os meninos. As pesquisas continuam a se esforçar para encontrar porque esse distúrbio ocorre em algumas crianças, sem história familiar. Alguns fatores que podem contribuem com o risco de DDAH incluem:
• Abuso de substâncias durante a gravidez
• Tabagismo durante a gravidez
• Algumas doenças durante a gravidez
• Um trabalho de parto longo e difícil
• Falta de oxigênio para o bebê durante o nascimento.
• O cordão umbilical ao redor do pescoço do bebê durante o nascimento.
As pessoas com DDAH têm pequenas diferenças na estrutura do cérebro. Essas diferenças se situam na parte frontal do cérebro (área envolvida com o controle-próprio) e em alguns pacientes no centro do cérebro.
A hiperatividade, usualmente aparece aos 2 ou 3 anos de idade ou até a primeira série. Os principais sintomas são:
• Problemas de concentração e falta de atenção. As crianças e adolescentes com DDAH mudam de atividade muito rapidamente, freqüentemente não terminam o que começaram. Eles também se distraem muito facilmente por barulhos ou outras coisas ao seu redor.
• Impulsividade. As crianças com esse sintoma freqüentemente reagem rapidamente sem pensar nos resultados. Eles também são impacientes e tendem a interromper outras conversas e começam tarefas sem nenhum planejamento.
• Hiperatividade (movimento excessivo). As crianças hiperativas são excessivamente inquietas. Quase nunca se sentam, e quando sentam, elas usualmente mexem-se ou jogam as coisas.
Sintomas comumente relacionados são:
• Dificuldade em organizar tarefas e projetos
• Dificuldade em se acalmar à noite para dormir.
• Problemas sociais por ser agressiva, barulhenta, ou impaciente em grupos.
O pediatra da criança irá questionar sobre os sintomas e irá observar o comportamento da criança, com relação ao DDHA. Para diagnosticar o DDAH, deve estar claro que os sintomas persistem e interferem de forma importante na vida diária da criança. Os pais e professores da criança podem colaborar através do preenchimento de questionários, para a identificação dos sintomas na criança. A criança poderá ser avaliada por um psicólogo ou outro profissional de saúde mental, para a realização de testes de atenção e autocontrole.
Não há testes físicos tais como exame de sangue ou tomografias de cérebro disponíveis, para ajudar no diagnóstico do DDAH.
Existem 3 formas de DDAH:
• DDAH combinada. A criança apresenta todos os sintomas principais: falta de atenção, impulsividade e hiperatividade.
• Predominantemente falta de atenção. A criança tem problemas com foco e atenção. Essa forma de DDAH freqüentemente não é diagnosticada, porque a criança é muito pouco hiperativa ou impulsiva.
• Predominantemente impulsiva-hiperativa. A falta de autocontrole é o principal problema.
O tratamento do DDAH envolve três principais modalidades:
• Aprendizado de novas habilidades. As crianças com DDAH aprendem a lidar com situações altamente estimulantes, que as distraem e superexcitam. Elas devem aprender a estudar em lugares silenciosos e fazer pausas freqüentes. Na sala de aula elas trabalham melhor em carteiras individuais, do que em mesas coletivas. Freqüentemente um fundo musical instrumental pode também ser útil. Crianças com DDAH necessitam de mais estrutura e rotina diária que a maioria das pessoas.
• Treinamento comportamental: Programas de comportamento simples com recompensas diárias, podem ser bons para ensinar a prestar atenção por mais tempo e a se manterem assentadas.
• Medicamentos: desde 1920, alguns medicamentos tais têm sido usados. Eles são estimulantes, e parece atuar sobre áreas de autocontrole do cérebro. Esses medicamentos não deprimem as crianças, mas aumentam a auto-regulação. Cerca de 70% das crianças com DDAH apresentam uma melhora com o uso desses medicamentos. Os efeitos colaterais mais comuns são a perda de apetite e problemas para dormir. A dosagem de cada criança será ajustada gradualmente, para reduzir os efeitos colaterais. Algumas vezes, os medicamentos são usados apenas nos dias em que a criança vai para a escola.
Até quando podem ocorrer os sintomas?
Os sintomas do DDAH quase sempre perduram da infância precoce até a puberdade. Entre a puberdade e a idade adulta jovem, cerca de metade das pessoas que sofrem de DDAH tem uma redução importante dos sintomas. A outra metade pode apresentar uma mudança leve ou nenhuma mudança nos sintomas na idade adulta. Ser mais paciente e conseguir permanecer sentado são as demonstrações de melhora mais comuns.
As pesquisas têm esclarecido que a inclusão dos pais, no tratamento das crianças com DDAH, é importante para se alcançar o sucesso esperado. Os professores e diretores das escolas também devem estar envolvidos.
Em adição a terapia comportamental da criança, a terapia familiar pode ajudar a criança com DDAH e seus pais e irmãos a lidarem com os conflitos emocionais que quase sempre surgem no processo de manejo dessa condição.