Chances de depressão aumentam após a menopausa


quarta-feira setembro 12, 2012

Um estudo feito pela Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, descobriu que as oscilações hormonais e alterações de humor provocadas pela menopausa podem aumentar o risco de depressão em mulheres.

Os pesquisadores acompanharam durante 10 anos um grupo de 221 mulheres com idades entre 42 e 52 anos. Todas apresentavam sintomas de pré-menopausa no início do estudo. Cada mulher respondeu uma entrevista que determinava se ela já tinha sofrido depressão antes do início do estudo ou se estava enfrentando a doença no momento em que a análise começou.

 

 As mulheres também foram avaliadas anualmente para identificar se tinham experimentado eventos estressantes, e amostras de sangue também foram tomadas para avaliar os níveis de hormônios reprodutivos.

Ao final dos 10 anos, os pesquisadores notaram que a probabilidade de as participantes sofrerem um transtorno depressivo é maior quando elas estão na pós-menopausa ou durante a menopausa do que quando estão na pré-menopausa – dois anos após a última menstruação.

Fatores como histórico de depressão, eventos psicologicamente estressantes, níveis de hormônios reprodutivos, uso de medicamentos psicotrópicos, índice de massa corporal e ondas de calor ou sudorese noturna foram levados em conta na análise.

O motivo certo de a menopausa e a pós-menopausa poderem aumentar o risco de depressão, no entanto, ainda não está claro. Mais estudos serão necessários para descobrir a relação.

Como entrar na menopausa sem surpresas
O climatério, popularmente chamado de menopausa, representa a transição do período reprodutivo da mulher para o não reprodutivo, que ocorre por volta dos 45 anos e é marcado pela diminuição na produção de hormônios sexuais. Na verdade menopausa é o nome da última menstruação antes do climatério, daí a confusão tão comum. A ginecologista e obstetra Barbara Murayama, especialista do Minha Vida, esclarece algumas questões sobre essa fase da vida e ajuda as mulheres a entender o que está acontecendo com o seu corpo.

Sintomas
Antes de parar de ovular, a mulher passa de dois a cinco anos sofrendo alterações menstruais, como irregularidades no ciclo ou o aumento ou diminuição do fluxo menstrual. Na faixa dos 45 anos, ela precisa estar atenta à ausência de menstruação há um ano ou mais, associada a sintomas como ondas de calor intenso. As ondas de calor são um dos muitos sintomas do hipoestrogenismo, que é a diminuição dos níveis de estrógeno no corpo, o principal hormônio feminino.

A real causa dos calores ainda é desconhecida, mas eles atingem de 75% a 85% das mulheres. Manter uma dieta saudável, pouco calórica, com baixo teor de açúcar, e fazer atividade física regular são altamente recomendáveis para amenizar os sintomas da menopausa. Da mesma forma, deve-se evitar o tabagismo e fazer os exames de rotina. É importante também iniciar um acompanhamento geriátrico, para ter um envelhecimento saudável.

Problemas na menopausa
A diminuição dos níveis de estrógeno no organismo traz várias complicações como a osteoporose, devido à perda óssea, incontinência urinária, ganho de peso, alterações de sono, dor de cabeça, ganho de colesterol, insônia e depressão. A maioria desses problemas na verdade já existiam e acabam sendo intensificados na menopausa. Alguns outros hormônios também têm a sua produção diminuída. Sabe-se que, depois da menopausa, a diminuição na produção de colágeno se dá na faixa de 2% ao ano, isso pode causar a queda de cabelo e enfraquecimento das unhas.

A falta de colágeno provoca a perda da elasticidade e o afinamento da pele na região vaginal externa. Também ocorre uma diminuição da lubrificação vaginal devido à falta de estrógeno. Esses dois fatores podem tornar as relações sexuais incômodas, além de causar sangramentos, infecções, corrimentos e coceiras.

É bom lembrar que a sexualidade vai depender não só das alterações físicas, mas de todos os outros aspectos da vida da pessoa, envolvendo os lados emocional, conjugal, familiar e profissional. Se a vida sexual era satisfatória, dá para mantê-la em um nível com pouca interferência médica. Porém, se a relação já era ruim, com certeza vai piorar com a falta de hormônios. Outra dica importante é que mesmo não havendo mais o risco de engravidar as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) continuam sendo um risco. Por isso, é importante o uso de preservativo na relação sexual.