Exame de urina poderá detectar risco de câncer de próstata


quinta-feira julho 19, 2012

Em estudo publicado no periódico Science Translational Medicine, pesquisadores da University of Michigan (EUA) dizem que um novo exame de urina, desenvolvido por eles, será capaz de detectar o risco de câncer de próstata. O exame poderá indicar se um paciente precisará ou não fazer uma biópsia, normalmente indicada após a detecção do antígeno PSA em seu sangue.


Segundo os pesquisadores, a presença elevada de PSA no sangue não está apenas em homens que sofrem, de fato, de câncer de próstata, e esse câncer só seria detectado com uma biópsia. Por isso, o novo exame ajudaria o paciente a optar ou não pela biópsia – procedimento que oferece riscos ao paciente.


Os resultados são baseados na análise de amostras de urina de 1.312 homens, em três centros médicos acadêmicos e sete hospitais. Eles foram divididos em três grupos de acordo com o risco de desenvolver câncer – baixo, médio e alto. Depois, foram comparados os resultados dos testes de urina com os das biópsias da próstata, feitas previamente em cada paciente.


Entre os pacientes com baixo risco de desenvolver câncer, 21% apresentavam, de fato, a doença. Já entre os de médio e alto risco o índice foi de, respectivamente, 43% e 69%. Apenas 7% daqueles que faziam parte do grupo de baixo risco foram diagnosticados com tumor agressivo, enquanto, entre os do grupo de alto risco, o número chegou aos 40%.


O exame de urina detecta uma anomalia genética encontrada em 50% dos casos de câncer de próstata, onde se fundem os genes TMPRSS2 e ERG. Mas, como essa fusão só é encontrada em metade dos casos, um novo marcador tumoral foi incluído: o PCA3. Quando combinados, esses três fatores oferecem mais dados para a detecção desse tipo de câncer do que quando analisados individualmente.


Apostando na prevenção


Quanto mais cedo diagnosticado o câncer de próstata, maiores as chances de cura, a sobrevida e a qualidade de vida do paciente.


É importante que a população em geral e os profissionais de saúde reconheçam os sinais de alarme para o câncer, como nódulos, febre contínua, feridas que não cicatrizam, indigestão constante e rouquidão crônica.


Os principais sintomas do crescimento da próstata, segundo o urologista Ricardo La Roca, são os de levantar várias vezes à noite para urinar, dificuldades no ato de urinar e dor à micção, que podem ocorrer nos casos benignos.


“O câncer de próstata é silencioso, sem sinais evidentes a não ser em estágios mais avançados, quando já está infiltrado em órgãos adjacentes, ou quando suas metástases em ossos, pulmão fígado se manifestam”, diz o urologista.


Para fazer o diagnóstico do câncer de próstata de forma precoce é necessário realizar o exame clínico de toque retal associado ao exame que revela a dosagem PSA (sigla de antígeno prostático específico) no sangue.


Estes exames devem ser realizados todos os anos, a partir dos 50 anos. “Embora a incidência do câncer de próstata não vá diminuir, por estar ligada ao envelhecimento, o diagnóstico na fase inicial pode reduzir significativamente a mortalidade”, afirma Ricardo.


Fatores de risco


A idade é um fator de risco importante, ganhando um significado especial no câncer da próstata, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam, após a idade de 50 anos.


Ricardo afirma que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, não só pode ajudar a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas metabólicas.