Estudo associa gene da obesidade à doença de Alzheimer
quinta-feira abril 22, 2010
Uma variante de um gene associado à obesidade que está presente em mais de um terço da população dos Estados Unidos parece reduzir o volume do cérebro, aumentando os riscos de desenvolver a doença de Alzheimer, segundo estudo da Universidade da Califórnia, nos EUA. Em artigo publicado esta semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os especialistas destacam que pessoas com uma variante específica do gene FTO apresentam déficits cerebrais que podem deixá-las mais vulneráveis à doença degenerativa. Comparando imagens do cérebro de 206 pessoas com idades entre 55 e 90 anos, os pesquisadores descobriram que os portadores da versão “ruim” do gene tinham, em média, 8% menos tecido nos lóbulos frontais e 12% menos volume nos lóbulos occipitais do cérebro do que aqueles que não apresentavam a variante do FTO. “O resultado básico é que esse gene muito prevalente não apenas acrescenta centímetros à sua cintura, mas faz seu cérebro parecer 16 anos mais velho”, explicou o pesquisador Paul Thompson. Segundo os especialistas, os resultados indicam que é ainda mais importante que as pessoas que carregam o gene FTO tenham uma dieta saudável – pobre em gorduras – e façam exercícios regularmente. Isso porque, além de combater a predisposição dessas pessoas à obesidade, esses fatores do estilo de vida podem ajudar a proteger o cérebro contra derrame e demência. Além disso, mais estudos devem ser feitos para o desenvolvimento de drogas que alterem esses efeitos no cérebro.