65% das mulheres desconhecem mamografia como forma de diagnosticar câncer
sexta-feira junho 27, 2008
Pesquisa Datafolha: 65% das mulheres desconhecem mamografia como forma de diagnosticar câncer
Mulheres brasileiras têm informações parciais sobre o câncer de mama tanto em relação ao diagnóstico como ao tratamento
Apesar da maioria das mulheres reconhecer que o diagnóstico precoce aumenta a possibilidade de cura, elas desconhecem a melhor forma de diagnosticar a doença logo no início
Elas desconhecem que existem diferentes tipos de câncer e a quimioterapia é ainda a forma de tratamento mais conhecida Uma pesquisa inédita levantou o conhecimento das brasileiras sobre o câncer de mama e revelou que apesar da maioria das brasileiras reconhecer que o diagnóstico precoce aumenta a possibilidade de cura de 49% para 75%, estas desconhecem a melhor forma de diagnóstico: a mamografia.
De acordo com os resultados da pesquisa, 82% delas se lembraram do auto-exame e 31% do médico e somente 35% das entrevistadas citaram a mamografia como principal forma de diagnóstico. Os resultados ainda revelaram que 79% das entrevistadas reconhecem o câncer de mama como uma ameaça à sua saúde.
A pesquisa, encomendada pela Federação Brasileira das Entidades Filantrópicas de Apoio a Saúde da Mama (Femama), junto ao Instituto Datafolha , ouviu 552 mulheres em quatro capitais brasileiras que lideram o ranking de estimativas de novos casos da doença no País de acordo com o INCa: São Paulo (1º), Rio de Janeiro (2º), Porto Alegre (3º) e Salvador (7º).
“Os resultados da pesquisa são surpreendentes e nos preocupam. Revelam que as mulheres brasileiras têm informações parciais sobre o câncer de mama. Por um lado, elas já sabem que o câncer de mama é grave, que traz riscos à saúde e que se descobertos no início as chances de cura aumentam. Mas elas desconhecem a mamografia, o principal exame para detectar a doença logo no início. As mulheres precisam ter acesso às informações sobre as formas mais adequadas de diagnóstico precoce, sendo a mamografia anualmente, a partir dos 40 anos a mais importante”, esclarece a mastologista e presidente da Federação Brasileira das Entidades Filantrópicas de Apoio a Saúde da Mama – Femama, Dra. Maira Caleffi.
Há ainda outros resultados alarmantes. A pesquisa revela que, segundo as entrevistadas, a quimioterapia ainda é a principal forma de tratamento (68%) e somente 4% citaram as novas terapias existentes, como as terapias biológicas alvo-dirigidas. “Esse dado é o retrato do conhecimento parcial sobre a doença por parte das mulheres, ou seja, para muitas descobrir essa doença ainda é sinônimo de mutilação, de perda de cabelos e de muito sofrimento. Mas o cenário pode ser muito diferente e a mulher precisa saber disso. Hoje a diferença está no diagnóstico precoce e no acesso ao tratamento no tempo adequado”, afirma Dra. Maíra.
Tipos de câncer de mama
Outro dado importante é que 91% das mulheres não sabem que existem diferentes tipos de câncer de mama ou não sabem dizer quais as diferenças. Para se ter uma idéia, 96% das mulheres desconhecem o câncer de mama HER2 positivo, que é a forma mais agressiva da doença e demanda tratamento específico.
“Além do acesso à informação sobre os tipos de câncer de mama e métodos de diagnóstico, as mulheres precisam saber que hoje em dia existem tratamentos específicos para cada tipo de câncer que aumentam a possibilidade de cura. E mais, devem saber que se diagnosticado precocemente, as chances de cura chegam a 95%”, afirma Dra. Maira. “Toda a campanha Mulher Consciente, que contempla site, revista e eventos presenciais, visa justamente a estimular as mulheres a buscarem um rápido acesso ao diagnóstico e a tratamentos adequados”, completa.
Câncer de mama é o primerio entre as mulheres
O câncer de mama ainda é o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e permanece o primeiro entre as mulheres. De acordo com as estimativas do Instituto Nacional do Câncer, INCa, o câncer de mama deverá atingir mais de 49 mil mulheres no Brasil este ano. O índice de maior incidência está localizado na região Sudeste, com estimativas de 71 casos novos por 100 mil. Pode-se considerar que, no Brasil 134 novos casos são diagnosticados por dia – 5 novos casos por hora. E o principal, elas nem descobrem se tinham um dos tipos mais agressivos da doença: o HER2 positivo.
Pesquisa
A pesquisa foi realizada de forma quantitativa, com abordagem pessoal em pontos de fluxo populacional. As entrevistas foram realizadas mediante aplicação de questionário estruturado.
O universo pesquisado foi de mulheres entre 30 a 60 anos, das classes econômicas A B e C. A abrangência foi nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador. Foi realizada no dia 16 de junho de 2008. Contemplou uma amostra de 552 entrevistas.
A pesquisa teve como objetivo verificar o conhecimento das mulheres brasileiras sobre o câncer de mama, as formas de diagnóstico, tratamento e tipo da doença conhecidos pela população feminina