Perda de olfato pode ser prenúncio do mal de Parkinson
sexta-feira março 28, 2008
Dificuldade de sentir cheiros ocorre quatro anos antes da doença. Descoberta pode ajudar a diagnosticar a doença mais cedo.
Cientistas descobriram que nos pacientes que desenvolvem a doença de Parkinson o olfato diminui ou mesmo desaparece alguns anos antes. Em uma pesquisa divulgada na última edição da revista “Annals of Neurology”, médicos do Havaí conseguiram identificar um sintoma precoce dessa doença, anterior aos problemas motores que a caracterizam.
Luis Fernando Correia é médico e apresentador do “Saúde em Foco”, da CBN; veja o site
Foram mais de 2.200 homens acompanhados durante oito anos e que tiveram seu olfato testado no início e no final do estudo. Após a análise dos dados foi possível determinar que a diminuição do olfato naqueles que desenvolveram a doença de Parkinson aparecia quatro anos antes dos sintomas motores.
A doença de Parkinson acontece por causa de destruição de neurônios que ocorre pela formação de agregados de proteínas no interior das células. Mesmo quando os participantes apresentavam algum dos fatores de risco para alterações olfativas como: fumo, alergias respiratórias e alto consumo de cafeína, o risco de desenvolver Parkinson em quatro anos era cinco vezes maior do que nas pessoas que sentiam os cheiros normalmente.
A razão para a precocidade do sintoma olfatório não está determinada, mas os estudos patológicos do cérebro de pessoas que faleceram com Parkinson mostram que as áreas responsáveis pelo sentido do olfato eram afetadas antes de outras regiões.
Os médicos acreditam que a partir desses resultados, protocolos de identificação precoce da Doença de Parkinson possam ser desenvolvidos e ajudar no diagnóstico dessa doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.