7 Novas sobre o Alzheimer


terça-feira julho 1, 2008

Até tu, pança!? A frase pode escapar da boca de qualquer mortal com um umbigo protuberante ao saber que a cintura larga tem lá sua parcela de culpa na gênese do Alzheimer. Ela, afinal, é a face mais visível da síndrome metabólica uma coleção de problemas, antes associada apenas aos males cardiovasculares, que ainda inclui colesterol alto, pressão arterial elevada e resistência à insulina ou, muitas vezes, diabete mesmo.

A parceria entre esse quadro e o mal que destrói uma série de capacidades mentais foi surpreendida pelo Centro de Pesquisas Kaiser, nos Estados Unidos. De lá vem a constatação: barriga proeminente e colesterol nas alturas aos 40 anos catapultam o risco dessa doença neurodegenerativa depois dos 60. As medidas que afastam a síndrome metabólica, incluindo perder a barriga, auxiliariam também na prevenção do Alzheimer, diz o geriatra Paulo Canineu, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Elas se tornam vitais para pessoas com casos dessa doença na família.

Na mesma linha, o Instituto Salk, ainda em solo americano, aos poucos desvenda a influência do diabete, um dos elos fortes da síndrome, sobre o apagão que se alastra pelo cérebro do portador de Alzheimer. Tanto quanto o avançar da idade, o diabete favorece danos nas células nervosas, afirma o líder da investigação, Dave Schubert. Os altos níveis de açúcar no sangue causam estragos nos vasos sangüíneos do cérebro e favorecem a ação tóxica das proteínas betaamilóides, justifica. Ora, essas tais betaamilóides são as vilãs da história quando se acumulam na massa cinzenta, formando placas de efeito, digamos, isolante. Elas prejudicam a conexão entre os neurônios, que, diante da comunicação limitada com seus vizinhos, morrem, descreve Paulo Caramelli, coordenador do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia.



O EMPURRÃO DO DERRAME – CONFIRMADO

Os cientistas queriam uma resposta por que quem já sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) corre duplo risco de desenvolver o Alzheimer? Uma equipe da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, está decifrando a charada. Depois de um derrame, aumenta a atividade de moléculas no cérebro que propiciam a formação das placas betaamilóides, conta a SAÚDE! a patologista Karen Duff. Além disso, as próprias alterações de circulação causadas pelo acidente dentro da massa cinzenta favorecem o acúmulo das proteínas nocivas. Pela mesma razão, quem sofreu um traumatismo craniano fi ca mais suscetível à doença, diz Karen. Se nem sempre é possível evitar pancadas na cabeça, que levam ao traumatismo, o mesmo não se pode dizer do derrame. Dá para diminuir as chances de um AVC e, portanto, o risco de Alzheimer com medidas como o controle da pressão e um estilo de vida mais equilibrado.




TRATAMENTO GRUDADO NA PELE – CONFIRMADO

Acaba de surgir nas farmácias um adesivo para enfrentar o Alzheimer leve e moderado. Colado nas costas, nos ombros ou no peito do paciente, ele vai liberando ao longo de 24 horas a rivastigmina, droga já consagrada na guerra contra o avanço da doença, mas que antes tinha de ser engolida em forma de comprimido. Esse remédio costuma provocar náuseas e até mesmo falta de apetite, explica o geriatra Paulo Canineu. Sem passar pelo sistema digestivo, isso tende a não acontecer. Com a tira adesiva lançada pela Novartis, a substância logo embarca no sangue e pousa no cérebro, bem nos pontos de encontro entre os neurônios. Ali, ela inibe uma enzima, mais encontrada nos portadores de Alzheimer, que atrapalha a ação de um neurotransmissor, a acetilcolina, envolvido na memória e no aprendizado